A Índia registrou nesta sexta-feira (7) mais um recorde diário de casos de coronavírus, com 414.188 infectados. Foi o 2º dia seguido de recorde mundial e a 3ª vez que o país tem mais de 400 mil casos confirmados em 24 horas.
O país teve também mais 3.915 óbitos, elevando o total de mortes para 234 mil e o de infectados para quase 21,5 milhões, segundo dados do Ministério da Saúde indiano.
São 16 dias seguidos com mais de 300 mil infectados e o 10º com mais de 3 mil mortes. O país já registrou mais de 2,7 milhões de casos confirmados e 25 mil óbitos nos primeiros 7 dias de maio.
Com a explosão da segunda onda no país, o primeiro-ministro Narendra Modi enfrenta cada vez mais pressão para impor um lockdown nacional, como foi adotado com sucesso em 2020.
Sem uma decisão centralizada do governo, estados e municípios têm adotado medidas de restrição por conta própria, mas elas não têm sido suficientes para frear a escalada de casos e mortes.
Especialistas, líderes da oposição e até juízes da Suprema Corte dizem que a medida parece ser a única opção contra o vírus, que se alastra por cidades e vilas e agora atinge até áreas rurais.
A Índia é o segundo mais populoso do mundo, com mais de 1,3 bilhão de habitantes do país, e cerca de 70% da população vive no interior.
Caos sanitário e prioridades
A explosão no número de casos provocou o colapso do sistema de saúde, que não consegue atender ao volume de infectados. Muitas pessoas morrem em casa sem atendimento ou na porta dos hospitais, à espera de um leito ou oxigênio.
Diante da pilha de mortos, cidades têm improvisado crematórios a céu aberto em estacionamentos, terrenos e até em pedreiras e fazem cremações em massa e até a noite.
O número de cerimônias sob os protocolos da Covid-19 são muito maiores do que o de vítimas dos balanços oficiais do governo.
Parentes precisam pagar pelos insumos médicos dos internados e até pela lenha da cremação. Muitos recorrem ao mercado negro e sofrem com preços exorbitantes e golpes.
Piras funerárias de 25 vítimas da Covid-19 queimam em crematório a céu aberto criado em uma pedreira de granito nos arredores de Bengaluru, na Índia, em 5 de maio de 2021 — Foto: Aijaz Rahi/AP
Enquanto hospitais estão sem leitos, oxigênio e remédios para salvar vidas e crematórios, abarrotados, Modi propôs uma reforma parlamentar de US$ 1,8 bilhão que inclui uma nova casa para o próprio primeiro-ministro.
Eficácia do lockdown
O primeiro-ministro consultou os principais líderes eleitos e autoridades nas regiões mais afetadas na quinta-feira (6), mas decidiu deixar a responsabilidade de combater o vírus aos governos estaduais.
Modi tem se recusado a adotar um lockdown nacional devido ao custo econômico da medida. O PIB do país despencou 25% no segundo trimestre de 2020, a maior queda do G20. Mas os resultados foram concretos.
Fonte: G1
Foto: Ishant Chauhan/AP