A cada dois segundos uma mulher é agredida no Brasil segundo dados de pesquisa feita pelo Instituto Maria da Penha. “Se denunciar apanha, se ficar quieta recebe pancadas do mesmo jeito”. O que fazer? Esta pergunta não é fácil de ser respondida porque nem políticas públicas direcionadas para combater a Violência Doméstica resolvem questões como a dependência econômica das vítimas ao agressor. A Polícia Militar de Chapadão do Sul prendeu um destes homens na semana passada que não se intimidou e ainda ameaçou os próprios PMs durante a condução à Delegacia de Polícia Civil. A leitura é simples porque se o acusado encara até policiais o que fará com está mulher ao ser solto?
Neste caso ela decidiu representá-lo, mas não há nenhuma garantia à sua integridade quando ele voltar para casa. A expedição de Medida Preventiva não é sinônimo de garantia de vida destas vítimas. Por conta disso muitas apanham em silêncio, se calam perante a tortura psicológica e física por anos a fio. Quando a guarnição da PM chegou o autor apresentava sintomas de embriaguez e ainda disse que não deixaria barato e pegaria os policiais da ocorrência, sendo necessário o uso de força moderada na condução.
Mulheres vítimas de violência em seus relacionamentos podem levar mais de 10 anos para denunciar o crime, apontou uma análise feita pelo núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Este fenômeno atinge todas as classes sociais. Até mesmo a ex-modelo e atriz Luiza Brunet já acusou o ex-marido de agressão. Em depoimento ao Ministério Público (MP) de São Paulo, ela disse ter sido agredida mais de uma vez, durante os quase cinco anos de relacionamento.
Apesar dos números serem alarmantes muito casos não entram nas estatísticas pela falta de denúncias. Um dos motivos é o medo do descrédito. O Brasil possui delegacias especializadas no atendimento à mulher, mas, apesar disso a reprodução de comportamentos machistas afasta a vítima. “Quando uma mulher denuncia assédio, ela sofre violência em dobro. Vão questionar suas vestimentas, sua conduta, o horário em que ela estava na rua, vão minimizar seu relato, questionar sua palavra. E isso acontece em todas as instâncias, do ambiente doméstico à delegacia, passando pelo hospital, destacou a promotora de Justiça Silvia Chakian, integrante do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) do Ministério Público de São Paulo
Foto G1 SP
Fonte: Chapadense News