Mato Grosso do Sul está em alerta após dois acidentes com escorpiões envolvendo crianças na última semana. Os dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), divulgados pela SES-MS (Secretaria Estadual de Saúde), mostram 3.012 acidentes envolvendo os animais peçonhentos entre janeiro e o dia 26 de setembro deste ano. Uma média de 11 ataques por dia.
O resultado, nos nove primeiros meses deste ano, já se aproxima do número de ataques em 2022, quando houve 3.205 registros dos animais peçonhentos. Contudo, a média mensal em 2023 já supera a do ano passado.
Nos doze meses do ano passado houve uma média mensal de 267 ataques do aracnídeo, enquanto de janeiro a setembro deste ano foram 334, o que representa média diária de 11 ataques de escorpiões em Mato Grosso do Sul em 2023.
Campo Grande lidera o ranking estadual neste ano, com 787 casos, seguido por Três Lagoas, a 326 km da Capital, com 431 registros, e Paranaíba, município a 409 km de Campo Grande, com 189 casos neste ano.
Crianças foram vítimas recentes
Entre os últimos acidentes está uma menina de três anos de idade, moradora de Ribas do Rio Pardo, a 97 km de Campo Grande, que foi transferida em estado grave na madrugada de segunda-feira (25) para a Capital após ter sido picada pelo animal. Atualmente, a criança está internada no Hospital Regional.
O caso ocorre um mês após a morte de Pyetro Gabriel Arguelho, aos 5 anos, por picada de escorpião na mesma cidade.
Além disso, uma menina de seis anos, moradora de Brasilândia, a 328 km de Campo Grande, foi picada pelo animal peçonhento no sábado (23). Ela não resistiu e faleceu no dia seguinte depois de ser transferida para um hospital em Três Lagoas, distante a 326 km da Capital.
Durante o atendimento foi levantada a hipótese que a garota tenha sido vítima de estupro devido a ferimentos nas partes íntimas. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Confira o ranking estadual de acidentes com escorpiões:
NR | Municípios | Total |
1 | Campo Grande | 787 |
2 | Três Lagoas | 431 |
3 | Paranaíba | 189 |
4 | Corumbá | 133 |
5 | Dourados | 110 |
6 | Brasilândia | 106 |
7 | Cassilândia | 104 |
8 | Bataguassu | 98 |
9 | Inocência | 97 |
10 | Aparecida do Taboado | 84 |
11 | Anaurilândia | 61 |
12 | Aquidauana | 44 |
13 | Ponta Porã | 42 |
14 | Nova Andradina | 41 |
15 | Coxim | 40 |
16 | Nioaque | 36 |
17 | Rio Verde de Mato Grosso | 29 |
18 | Maracaju | 28 |
19 | Naviraí | 28 |
20 | Rochedo | 25 |
21 | São Gabriel do Oeste | 25 |
22 | Chapadão do Sul | 24 |
23 | Amambai | 23 |
24 | Ladário | 23 |
25 | Ribas do Rio Pardo | 23 |
26 | Itaquiraí | 22 |
27 | Sidrolândia | 22 |
28 | Antônio João | 20 |
29 | Ivinhema | 19 |
30 | Terenos | 19 |
31 | Selvíria | 18 |
32 | Laguna Carapã | 16 |
33 | Caarapó | 15 |
34 | Jardim | 15 |
35 | Rio Brilhante | 15 |
36 | Nova Alvorada do Sul | 14 |
37 | Porto Murtinho | 13 |
38 | Água Clara | 12 |
39 | Costa Rica | 11 |
40 | Dois Irmãos do Buriti | 11 |
41 | Bodoquena | 9 |
42 | Corguinho | 9 |
43 | Bandeirantes | 8 |
44 | Bela Vista | 8 |
45 | Fátima do Sul | 8 |
46 | Figueirão | 8 |
47 | Angélica | 7 |
48 | Guia Lopes da Laguna | 7 |
49 | Itaporã | 7 |
50 | Miranda | 7 |
51 | Vicentina | 6 |
52 | Caracol | 5 |
53 | Jaraguari | 5 |
54 | Santa Rita do Pardo | 5 |
55 | Taquarussu | 5 |
56 | Batayporã | 4 |
57 | Sonora | 4 |
58 | Coronel Sapucaia | 3 |
59 | Deodápolis | 3 |
60 | Juti | 3 |
61 | Anastácio | 2 |
62 | Camapuã | 2 |
63 | Jateí | 2 |
64 | Paraíso das Águas | 2 |
65 | Sete Quedas | 2 |
66 | Tacuru | 2 |
67 | Alcinópolis | 1 |
68 | Eldorado | 1 |
69 | Mundo Novo | 1 |
70 | Novo Horizonte do Sul | 1 |
71 | Pedro Gomes | 1 |
72 | Rio Negro | 1 |
73 | Aral Moreira | 0 |
74 | Bonito | 0 |
75 | Douradina | 0 |
76 | Glória de Dourados | 0 |
77 | Iguatemi | 0 |
78 | Japorã | 0 |
79 | Paranhos | 0 |
Total | 3.012 |
Fonte: SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Acesso em 26 set 2023. Dados sujeitos a atualizações.
Como evitar o escorpião?
Com o início da primavera e a atual onda de calor, Mato Grosso do Sul enfrenta a época mais propícia para o aparecimento de escorpiões. Nesse período, é comum que esses animais saiam de suas tocas, bueiros, esgotos e caixas de gordura em busca de alimentos.
“É fundamental manter o lixo sempre condicionado em recipientes fechados e armazenados em locais específicos, além de evitar o acúmulo de entulhos e manter terrenos baldios limpos. Em casa, é importante fechar ralos, tapar frestas e utilizar água sanitária nos ralos e outros locais pelos quais eles possam sair, a fim de reduzir a proliferação”, explica Alexandre, especialista em dedetização.
É importante destacar a necessidade de monitorar as crianças, pois elas são as mais vulneráveis a casos graves de picadas de escorpião. Os sintomas iniciais que podem indicar a gravidade do quadro incluem náuseas, vômitos, salivação excessiva e palidez.
Para orientação ou tirar dúvidas, os telefones do Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) são (67) 3386-8655, 0800-722-6001 e 150.
*Midiamax – Thalya Godoy